Para Elias Vaz, presidente quase estimula o total desrespeito ao meio ambiente
Deputados goianos têm reagido às afirmativas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que os responsáveis pelas queimadas no norte do País, que cresceram 82% este ano, seriam de responsabilidade de “ongueiros”. “Estão falando com base em suposições, é preciso averiguar a verdade dos fatos”, disse Adriano do Baldy (PP) mais cedo, ao Jornal Opção.
Já o deputado federal Elias Vaz (PSB) lembrou que o problema das queimadas não é de agora, mas se agravou com a postura do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do presidente, “que quase chegam a estimular o total desrespeito ao meio ambiente”.
Elias também afirmou que parece haver uma tentativa de intimidação à fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que diminuiu suas atividades na Amazônia: o coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Márcio Astrini, ao Uol, calcula 30% a redução das operações de combate ao desmatamento e queda de 65% na aplicação de multas – ele também disse que faltam fiscais e que os remanescentes se sentem perseguidos.
Em consonância cm Astrini, o deputado do PSB ressalta que as declarações de Bolsonaro em relação à fiscalização são de intimidação, “como como se eles não pudessem fiscalizar. Então é óbvio que isso é uma situação muito preocupante”.
Mais uma vez, Elias reforça que o desmatamento da Amazônia não é novidade e aconteceu, também, nos últimos governos. “O que nós estamos falando aqui é de um agravamento e é óbvio que isso precisa ser resolvido. Até por que, essa postura do presidente que parece estar defendendo o agronegócio, na verdade está o comprometendo inclusive no mercado internacional”.
Vaz observa que os países que têm maior potencial de consumo hoje, como Canadá, Estados Unidos, Japão e nações da Europa, possuem o mínimo de critérios no consumo e, objetivamente, “o consumidor que não gosta de saber que está consumindo um produto que, na verdade, é veio pela devastação do meio ambiente”.
Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe), o número de queimadas aumento 82% de janeiro a 18 de agosto deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Vale destacar que a Amazônia concentra mais de 52% desses focos, neste ano.
Jair Bolsonaro levantou a suspeita, na quarta, 21, de que organizações não-governamentais seriam as responsáveis pelos focos de incêndio para colocar o seu governo em evidênvia. Questionado se havia provas, ele dise que não. Já nesta quinta, 22, ele admitiu que fazendeiros estar por trás das queimadas, mas ainda manteve os “ongueiros” como principal possibilidade.
“Pode, pode ser fazendeiro, pode. Todo mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONGs”, disse a um grupo de jornalistas. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhya declação de Boslsonaro é absurda.
“Essa afirmativa da Presidência da República é completamente irresponsável, porque as ONGs têm como objetivo o meio ambiente como prioridade. Não faz nenhum sentido dizer que ONG está colocando fogo em floresta, pelo contrário. É um grande absurdo”, reagiu ao presidente em entrevista ao G1.
Fonte: Jornal Opção